O Kia Rio, um carro que teve vendas fracassadas no Brasil e foi retirado do mercado, é um dos modelos mais utilizados na Síria. O veículo se destaca no país por sua confiabilidade, baixo custo de manutenção e disponibilidade de peças de reposição, características essenciais em um cenário de infraestrutura comprometida.
Antes do início do conflito na Síria, a aquisição de um Kia Rio usado era uma prática comum. Os preços variavam entre US$ 10 mil e US$ 13 mil, com opções de financiamento acessíveis para a população. No entanto, com a guerra, o mercado automotivo local foi drasticamente reduzido, e menos de cem veículos novos foram vendidos no primeiro semestre de 2024. A maioria deles foi de utilitários da Hyundai, que também é proprietária da Kia.
A indústria automotiva síria se mantém ativa por meio de fábricas locais, como Sham e Hamisho, que se concentram na montagem de carros. Peças básicas, como motores, são importadas principalmente do Irã e da China, enquanto componentes mais simples, como chassis, são produzidos localmente.
As marcas sul-coreanas e japonesas dominam a região devido às restrições comerciais enfrentadas por fabricantes dos Estados Unidos e da Europa. Como resultado, veículos dessas origens, como as picapes Toyota, são comuns até mesmo em zonas de conflito. Em contrapartida, marcas como Ford e Chevrolet são menos vistas por conta dos embargos econômicos.
Além das dificuldades econômicas, o acesso a carros novos na Síria é limitado. Para muitos, a importação de veículos usados é a única opção viável. Apesar disso, o Kia Rio continua sendo uma escolha importante, mostrando como um modelo de automóvel pode ter diferentes percepções de mercado dependendo da região e das condições locais.
Embora o conflito tenha afetado diretamente a economia e a infraestrutura do país, o Kia Rio reflete uma realidade de adaptação e resiliência da população síria, que busca soluções práticas para enfrentar os desafios diários.
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